domingo, 19 de abril de 2009

Dia do Índio


A Lenda da Mandioca


Contam os índios tuxaua que, há muito tempo atrás, a filha de um poderoso chefe foi expulsa de sua tribo porque havia ficado grávida misteriosamente. Ninguém (nem ela!) sabia quem era o pai da criança.

Por isso, a índia foi morar em uma velha cabana, bem longe da aldeia. Alguns parentes levavam comida para ela todos os dias. E assim se passaram muitos meses. Um dia, a índia deu à luz uma menina muito branca e muito bonita, a quem ela chamou de Mani.

Todos ficaram sabendo da notícia, e de como era branca e linda a neta do chefe! Cheio de curiosidade, o velho índio viajou até a cabana para ver Mani. A criança era mesmo muito especial. E o avô logo esqueceu as mágoas que tinha contra a filha!

A criança cresceu amada por todos. Mas, assim que completou três anos de idade, morreu de repente. Não ficou doente, nem fraquinha, nem nada. Apenas, morreu.

A mãe ficou desesperada, mas nada pode fazer. Assim, enterrou a filha perto da cabana e, ali, chorou, chorou e chorou, durante muitas horas. Suas lágrimas corriam pelo seu rosto e iam pingar no chão da floresta, no lugar onde Mani fora enterrada.

De repente, a pobre mãe viu uma brotar, num instante, da terra molhada, uma planta! Parecia um verdadeiro milagre, toda a tribo veio ver! As raízes da plantinha eram brancas, como Mani, e em forma de chifre.

Todos quiseram provar daquela raiz miraculosa. E foi assim que a mandioca ("Mani", a criança morta, e "aca", chifre) se tornou o principal alimento dos índios da Amazônia!

Alegre

A Lenda da Grande Cachoeira


Às margens do rio Iguaçu vivia, há muitos e muitos anos atrás, a tribo dos Caingangues.

Para esses índios, o deus supremo era Mboi, que tinha a forma de uma serpente gigante e que vivia no fundo das águas do rio. Para que o deus ficasse sempre contente, a tribo costumava oferecer-lhe indiazinhas bonitas que, então, passavam o resto de suas vidas servindo ao deus.

Na época desta história, a índia mais linda da tribo chamava-se Naipi. Diziam que era ela tão bonita, que quando ia se olhar no rio as águas paravam para admirá-la (mas talvez isso seja invenção, já que água não tem cérebro nem vontade própria...).

Um dia, enquanto a jovem se olhava no rio, Mboi a viu e ficou emocionadíssimo com a beleza da moça. Imediatamente, ele disse:

"Esta é a mulher mais bela da aldeia. Tragam-na para mim!"

Não havia nada a fazer. Logo, Naipi foi preparada para ser dada de presente ao deus.

O problema (há sempre um problema nas lendas...) é que a jovem era apaixonada por um simpático guerreiro, chamado Tarobá. E ele também não podia viver sem Naipi.

"O que vamos fazer? - perguntou Naipi. "Não aguentaria viver longe de você, mas não ouso desobedecer ao grande deus. Ele poderia se vingar e matar toda a nossa aldeia!"

"Oh, Naipi, nosso amor tem que ser maior do que o poder de Mboi. Vamos mudar a nossa sorte e viver felizes!"

E, assim, Tarobá fugiu com Naipi em uma canoa pelas águas do rio Iguaçu. Isso, é claro, foi uma bobagem, já que a cobra gigante morava exatamente no leito desse rio. Mboi percebeu a fuga e, furioso, perseguiu os índios.

Apesar de ser grande e poderoso, a certa altura o deus viu que Tarobá e Naipi iriam conseguir escapar em direção ao rio Paraná. Assim, ele ergueu seu imenso corpo e deixou-se cair, contorcendo-se várias vezes, até criar uma fenda enorme no rio.

Foi assim que foram criadas as Cataratas do Iguaçu! A pequena canoa foi tragada pela fúria das águas e desapareceu completamente. Como castigo, Naipi foi transformada em uma das grandes rochas centrais das Cataratas; e Tarobá foi transformado em uma árvore, à beira da cachoeira. Um via o outro, mas jamais poderiam se tocar novamente.

Dizem que Mboi está lá até hoje, escondido pela espuma das águas, vigiando os dois índios apaixonados...

Fonte: http://www.mingaudigital.com.br/plan.php3

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