domingo, 28 de junho de 2009

Leituras

Quando os Vilões se Encontram

Estavam todos lá. Pense num, em qualquer um, e ele estava lá. O Capitão Gancho? Lá. A madrasta e as irmãs de Cinderela? Lá. A Rainha Malvada de Branca de Neve? Também. A Bruxa Má do Oeste? É claro que estava lá!

E isso sem falar em Dick Vigarista, Freddy Krueger, Coringa, Darth Vader, Mancha Negra, Lex Luthor, Cavaleiro Negro e mais algumas bruxas, uns dragões e outros monstros.

Era a Reunião Universal dos Inimigos Malvados, a R.U.I.M.

Todos chegaram à meia-noite em ponto ao Salão Negro do Castelo das Assombrações.

O Lobo Mau, que era o presidente da associação, tomou a palavra e disse:

– Caros vilões, estamos aqui reunidos por um motivo muito importante: ninguém respeita nossos direitos. Em todos os finais de história nós apanhamos e perdemos, sempre. Basta! Precisamos lutar contra isso! Precisamos virar a mesa, certo?

– Certo! – gritaram todos.

– Pois bem, meus amigos, e para lutar pelos nossos direitos proponho que fundemos um partido político, o PPPP: Partido dos Pulhas, Patifes e Pilantras! Quem estiver de acordo levante a mão, o gancho ou o rabo.

Imediatamente todos os vilões levantaram alguma coisa.

– Então, meus caros – continuou o Lobo Mau –, solenemente declaro fundado o PPPP. Com ele, em breve vamos concorrer aos principais cargos públicos. Seremos vereadores, deputados e senadores, governadores e prefeitos. Talvez até façamos o presidente!

“Urruuuuu!”, “Éééééé!”, “Fiiiiiiiu!”, “É nóis!”, urraram, assobiaram e gritaram os vilões, entusiasmados.

Nesse instante, o Lobo teve a idéia do slogan de sua candidatura: “Lobo Mau: Ninguém gosta mais de vovozinhas do que ele”.

Muitos outros vilões também começaram a imaginar como seriam suas campanhas. Por exemplo:
Segunda parte
Darth Vader pensou em espalhar panfletos com sua foto por toda a cidade, dizendo: "Vote em Darth Vader - o candidato das estrelas".

Capitão Gancho imaginou uma foto de seu gancho com os dizeres: “Este não vai botar a mão no dinheiro público.”

Fred Krueger pensou em fazer umas camisetas onde haveria uma foto sua e, embaixo dela, a frase: "Este é o candidato dos seus sonhos.”

Dick Vigarista iria fazer uma carreata e distribuir medalhas para todos, que nem ele faz com o Mutley.

A Madrasta queria espalhar folhetos com sua proposta de governo: “Trabalho para todos, principalmente para Cinderela”.

A Rainha Malvada da Branca de Neve sonhava em distribuir maçãs grátis para todos no dia da eleição.

A Bruxa Má do Oeste criou uma música que começava assim: "Se você é do norte, do sul, ou do leste, vote na Bruxa Má do Oeste..."

E o Coringa imaginou um comercial de televisão onde todo mundo teria uma risada igual à dele, e no final surgiria o slogan: "Vote no Coringa e ganhe um sorriso permanente!"

Todos estavam assim, sonhando com suas campanhas, quando Voldemort, o inimigo de Harry Porter, perguntou em voz alta: “Mas onde vamos conseguir dinheiro para pagar nossos cartazes, programas de televisão, músicas para pôr no rádio, medalhas, camisetas, maçãs etc...?
O Lobo Mau ajeitou sua cartola e respondeu:
Tereceira Parte
“Vamos roubar o Banco Central, é claro. Vai ser assim: o Coringa usa seu gás do riso nos guardas, eu arrombo o cofre com meu sopro, o Capitão Gancho e Freddy Krueger enchem as mãos de dinheiro e depois fugimos no carro de Dick Vigarista.”

Todos bateram palmas para o Lobo, menos Darth Vader, que falou:

“A idéia é boa, mas não vai dar certo. Esses bancos têm câmeras. Se mostrarem o assalto na tevê, ninguém mais vai votar na gente.”

“É verdade, é verdade...”, concordaram todos.

“Então só vejo uma saída...”, falou o Lobo: “Teremos que trabalhar.”

O pessoal não gostou muito da idéia, mas, como não tinha outro jeito, todos começaram a procurar algum modo de ganhar dinheiro honestamente:

- a Madrasta da Banca de Neve foi vender maçãs na feira,

- Dick Vigarista virou chofer de táxi.

- a Bruxa Má do Oeste conseguiu emprego de aeromoça,

- Freddy Krueger passou a vender sonhos numa padaria,

- as filhas da madrasta da Cinderela colocaram uma placa na porta de casa com os dizeres: “Manicure e Pedicure. Fazemos unhas decoradas”,

- Orochimaru, o inimigo de Naruto, começou a dar aulas particulares de treinamento ninja,

- o Coringa começou a vender dentaduras tamanho GGG nos faróis, dizendo: "Deixe seu sorriso maior ainda",

- Darth Vader conseguiu emprego num restaurante como descascador de batatas,

- Mancha Negra virou vendedor de cartuchos de impressora e tonner,

- e o Lobo Mau foi fazer bico num zoológico.

Depois de três meses de trabalho duro, eles juntaram tudo o que conseguiram guardar e levaram o dinheiro até uma agência de publicidade.

O dono da agência olhou para aquele monte de moedas e notas de um real, e disse: “Pessoal, este dinheirinho de vocês não dá para nada. Aqui deve ter uns mil reais. Mas a campanha de um candidato a deputado federal custa pelo menos um milhão.”

“Um milhão!”, assustaram-se os vilões.

“E de um candidato só”, explicou o dono da produtora. “Com o dinheiro de vocês só vai dar para fazer uns cartazes e umas camisetas.”

Foi o que os vilões fizeram. Cada um ficou com um cartaz e uma camiseta com o seu rosto.
Aí, no dia da eleição, eles resolveram fazer um comício.
Quarta parte

Para atrair as pessoas, os vilões transformaram o automóvel de Dick Vigarista num carro de som. Lá dentro, Darth Vader dizia pelo alto-falante com sua voz cavernosa: “Venham, venham para o grande comício do PPPP!”

No palco, Voldemort realizava mágicas, o Pizza-Bomba executava malabarismos com sua pizza e Kevin, o inimigo do Ben10, fazia um show de fogo. Lá embaixo, Fred Krueger e Capitão Gancho apertavam as mãos das pessoas. Tudo para atrair os eleitores.

Quando já havia bastante gente ali em volta, o Lobo Mau subiu no palanque e começou seu discurso:

“Caros cidadãos, nós, do PPPP, queremos pedir o seu vo...”

Mas nem deu para ele falar o “to”.

É que do outro lado da rua apareceu um gigantesco caminhão, daqueles de trio elétrico, e em cima dele havia tudo quanto é tipo de herói: Mickey, Peter Pan, Cinderela, Branca de Neve, Penélope Charmosa, Batman, Super-Homem, Dorothy, Lucke Skywalker, Naruto, e a líder de todos, a Chapeuzinho Vermelho.

Fogos estouravam no ar, tocava uma música da Ivete Sangalo e todos os heróis dançavam. Na lateral do caminhão estava escrito com umas letras bem grandes: "Vote no PFF, o Partido dos Finais Felizes."

Isso mesmo, os mocinhos também estavam participando das eleições.

Quando o supercaminhão chegou perto do palanque, o Lobo Mau perguntou para a Chapeuzinho: “Onde é que vocês conseguiram dinheiro para tudo isso?”

E a Chapeuzinho respondeu: “Foram as empresas que deram para a gente. Por exemplo, o Mickey recebeu dinheiro da Disney. Se ele ganhar, vai tentar fazer com que o governo dê um tantão de terra para eles construírem um parque na Amazônia.”

“E você?”, perguntou o Lobo para a Chapeuzinho.

Ela respondeu: “Eu recebi doações de uma fábrica de chapéus. Se eu ganhar, meu primeiro projeto vai ser obrigar o uso do chapéu nas escolas, assim a empresa que me deu o dinheiro vai ficar mais rica.”

Então o supercaminhão do PFF se afastou e todo o povo foi dançando atrás dele.

Os vilões ficaram ali, sozinhos.

No dia seguinte, quando contaram os votos, o resultado foi que...

Final
...cada um dos vilões conseguiu apenas um voto. Ou seja, cada um votou em si mesmo. E foi só. Os mocinhos conseguiram todos os outros votos.
Os vilões se reuniram no Salão Negro do Castelo das Assombraçoes para dissolver o PPPP. Estavam todos cabisbaixos. O Lobo Mau até uivava de tristeza. qaundo ele conseguiu parar com os ganidos, desabafou:
- Desta vez fizemos tudo certo. Até trabalhamos honestamente. Mesmo assim fomos derrotados...
- Os mocinhos venceram porque tinham muito dinheiro - falou o Capitão Gancho.
- E porque pareciam bonzinhos - suspirou Dick Vigarista.
- Nesse negócio de política, tem de ser mais vilão que os vilões - disse Darth Vader com sua voz de trovão.

José Roberto Torero é autor deste conto colaborativo. é formado em Letras e Jornalismo, escritor de váriuos livros e roteirista de cinema e televisão.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Textos para estudo

Língua Portuguesa
Alfabetização inicial

Edição 190 | 03/2006
Quem conta um causo aprende a ler
O suspense dos contos de assombração ajudou a professora Rosany a dar continuidade à alfabetização de sua turma de 2 ª série e a resgatar as histórias contadas pela comunidade

Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)
Rosany lê contos de assombração: momentos de magia que ajudaram na alfabetização da turma. Foto: Luís Moraes
Rosany lê contos de assombração:
momentos de magia que ajudaram
na alfabetização da turma. Foto: Luís Moraes

Medo, arrepios, suspense e calafrios. Essas foram algumas das expressões usadas pelos alunos de 2ª série da Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Associação da Paz, de Paragominas (PA), para caracterizar os contos de assombração. Essas narrativas, assustadoras e cativantes, fizeram parte das aulas de Língua Portuguesa das crianças durante o primeiro semestre do ano passado. Disposta a dar continuidade à alfabetização da turma iniciada em 2004, a professora Rosany de Fátima Silva Guerreiro, 31 anos, escolheu os causos de arrepiar contados pelos pais e pelos familiares dos alunos como tema de seu projeto. A professora, que leciona há 14 anos, se inspirou em atividades que ela mesma vivenciou durante o programa de formação Escola que Vale - mantido pela Companhia Vale do Rio Doce em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Paragominas. Rosany propôs diversas situações para que os alunos se apropriassem da linguagem escrita e oral. Cada aluno teve contato com pelo menos uma dezena de livros do gênero, produziu cinco reescritas, elaborou um caderno de contos e participou de sarau literário com colegas de outras turmas e de outra escola.

Passo-a-passo e metodologia

1. A Leitura e a escolha dos contos

ConteÚdo Relacionado

Título

* Veja mais fotos e um vídeo sobre o projeto

Os momentos em que Rosany lia histórias de assombração para a turma eram de puro encantamento e magia. Essa atividade marcava o início de um processo que se repetiria várias vezes durante o projeto. Atenta aos detalhes, a garotada começou a perceber as características específicas desse tipo de narrativa (contos de assombração nunca começam com "era uma vez...", mas com "certa noite", "em um local tenebroso" ou algo tão assustador quanto). Rosany anotou as observações e as colocou em um cartaz. Foi enriquecedor também quando ela pediu aos estudantes para contar em quais momentos sentiram mais medo e de que forma ele se manifestou. Como o corpo reagiu às situações assustadoras? O coração bateu mais rápido? Os olhos se arregalaram? "Isso foi importante para que eles identificassem e descrevessem as emoções", analisa Rosany. Depois de nomear e escrever na lousa todas aquelas sensações, a professora solicitou que, coletivamente, eles fizessem o reconto oral, enquanto ela transcrevia esse novo texto.

2. Correção coletiva

Quando os alunos já estavam familiarizados com as novas palavras e com a história, Rosany entregou uma cópia do conto original a cada um para que acontecesse a leitura compartilhada. Nesse momento, a turma acompanhava no papel a leitura em voz alta da professora. Depois, cada um fez a própria reescrita. Desses textos individuais, a professora escolheu alguns para a revisão coletiva. Ela copiava um na lousa e as crianças davam palpites: alguns sugeriam palavras mais adequadas às situações narradas; outros percebiam erros ortográficos ou de concordância. Durante essa atividade, Rosany chamava a atenção para a estrutura narrativa e para a pontuação correta, ressaltando sempre a intenção do autor. Depois, todos liam e copiavam o texto revisado. Esse processo foi realizado com diversas histórias. Além de servir de escriba para os pequenos em produções coletivas, Rosany também organizou a classe em duplas em vários momentos para que os já alfabetizados escrevessem o texto elaborado pelos que ainda não dominavam a linguagem escrita.

3. Produção e apresentação

Durante o projeto, os alunos fizeram contato com as demais turmas e também com outra escola para chamá-las para o sarau literário. Escolhido o público, vez ou outra o grupo parava a atividade de reescrita e redigia um bilhete para os convidados contando como andava o projeto e o que estava sendo preparado para o evento. Rosany ensaiou várias vezes com os estudantes os contos que seriam apresentados. Nessas ocasiões, ela analisou a clareza da fala e a entonação, o ritmo e a seqüência dos fatos narrados. No dia do sarau, não faltaram fantasmas, mulas-sem-cabeça, sacis, esqueletos e muitos balões pretos na decoração do palco. As crianças, seguras do que estavam falando, conseguiram até botar medo nos colegas que assistiram à apresentação.

Língua Portuguesa

TEMA DO TRABALHO
Leitura e escrita de contos de assombração

2ª série

Objetivos e conteúdos
A principal meta de Rosany era dar seqüência à alfabetização e à formação de leitores e escritores competentes. Neste projeto, que teve a duração de quatro meses, os alunos conheceram um gênero da literatura pouco utilizado em sala de aula, os contos de assombração. Eles aprenderam a ouvir e a contar histórias, a planejar a escrita e a fazer a revisão dos textos e comentários sobre os livros lidos.

Avaliação
Comparando as redações feitas no início e no final das atividades, Rosany constatou o desenvolvimento da escrita da turma, com a diminuição do número de alunos pré-silábicos e silábicos e o aumento da porcentagem de alfabéticos e silábico-alfabéticos.

Quer saber mais?

Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental Associação da Paz, Av. Tupinambás, s/no, 68625-970, Paragominas, PA, tel. (91) 3739-1062

Rosany de Fátima Silva Guerreiro, peqv@nortnet.com.br

sábado, 20 de junho de 2009

Reportagem

ANTÔNIO GOIS

da *Folha de S.Paulo, no Rio

Os professores brasileiros são os que mais desperdiçam com outras atividades o tempo que deveria ser dedicado ao ensino. No período em que deveriam estar dando aula, eles cumprem tarefas administrativas (como lista de chamada e reuniões) ou tentam manter a disciplina em sala de aula (em consequência do mau comportamento dos alunos).

A conclusão é de um dos mais detalhados estudos comparativos sobre as condições de trabalho de professores de 5ª a 8ª séries de 23 países, divulgado ontem pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa foi feita em 2007 e 2008.

O resultado não surpreendeu Roberto de Leão, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação.

"Não li a pesquisa, mas é fato que muito do tempo do professor é roubado por tarefas que não deveriam ser dele. Ele precisa muitas vezes fazer a função de psicólogo, pai ou assistente social, já que todos os problemas sociais acabam convergindo para a escola."

Mozart Neves Ramos, presidente-executivo do movimento Todos Pela Educação, conta que, quando foi secretário de Educação em Pernambuco, vivenciou isso na prática.

"Fizemos uma pesquisa com o Banco Mundial que mostrou que boa parte do tempo do professor era para resolver questões que deveriam ser de responsabilidade de outros profissionais. Mas também detectamos que se perdia tempo com o professor falando de outros assuntos, em vez de tratar do conteúdo daquela disciplina."

O relatório da OCDE mostra que a maioria (71%, maior percentual registrado) dos professores brasileiros começou a dar aulas sem ter passado por um processo de adaptação ou monitoria. A média dos países nesse quesito é de 25%.

Os brasileiros também são dos que mais afirmam (84%) que gostariam de participar de cursos de desenvolvimento profissional. Esse percentual só é maior no México (85%).

As informações foram colhidas em questionários respondidos por diretores e professores de escolas (públicas e privadas) selecionadas por amostra. No Brasil, 5.687 professores responderam ao questionário, aplicado em 2007 e 2008.

Leão e Ramos concordam com o diagnóstico de que poucos professores passam por um processo de adaptação.

"Muitas vezes, o secretário tem que preencher logo as vagas após um concurso para não deixar alunos sem aula. É como trocar o pneu do carro em movimento, quando o ideal seria ter um tempo para preparar melhor o profissional que começará a dar aulas", diz Ramos.

Esse problema se agrava com a constatação na pesquisa de que os professores brasileiros trabalham com turmas com número de alunos (32) acima da média (24). Apenas no México, na Malásia e na Coreia do Sul essa relação é maior.

Eles também têm menos experiência em sala de aula do que a média --só 19% dão aula há mais de 20 anos; a média de todas as nações comparadas é 36%. Estão abaixo da média (89,6%) ainda no nível de satisfação com o trabalho: 84,7%, o quarto menor índice.

Diretores

A pesquisa investigou a visão dos diretores sobre problemas que afetam o aprendizado. O Brasil fica acima da média em questões como absenteísmo de docentes, atrasos e falta de formação pedagógica adequada.
Também foram listados problemas relacionados a alunos, como vandalismo, agressões ou trapaças no momento da prova.

A indisciplina se mostrou um problema mundial. Na média dos países, 60% dos diretores afirmaram ter, em alguma medida, distúrbios em sala de aula provocados pelo problema.

O México tem o maior percentual (72%); o Brasil tem exatamente o índice da média.

Diretores brasileiros foram dos que mais relataram ter pouca ou nenhuma autonomia para contratar, demitir ou promover professores por seu desempenho em sala de aula. No Brasil, só 27% disseram que podem escolher os professores. A média dos países é de 68%.

Textos para estudo

Retirado do blog EDUCAR E BRINCAR

VOCE SABE CONTAR HISTÓRIAS????
Como contar histórias?

Para contar uma história – seja qual for – é bom saber como se faz. Afinal, nela se descobrem palavras novas, se entra em contato com a música e com a sonoridade das frases, dos nomes... Se capta o ritmo, a cadência do conto, fluindo como uma canção... Ou se brinca com a melodia dos versos, com o acerto das rimas, com o jogo das palavras...Contar uma história é uma arte... e tão linda!!! É ela que equilibra o que é ouvido com o que é sentido, e por isso não é nem remotamente declamação ou teatro... Ela é o uso simples e harmônico da voz.
Daí que quando se vai ler uma história para a criança, não se pode fazer isso de qualquer jeito, pegando o primeiro volume que se vê na estante... E aí, no decorrer da leitura, demonstrar que não está familiarizado com uma ou outra palavra (ou com várias), empacar ao pronunciar o nome dum determinado personagem ou lugar, mostrar que não percebeu o jeito como o autor construiu suas frases e ir dando as pausas nos lugares errados, fragmentado um parágrafo porque perdeu o fôlego ou fazendo ponto final quando aquela idéia continuava, deslizante, na página ao lado.

Pior ainda, ficar escandalizado com uma determinada fala, ou gaguejar ruborizado porque não esperava encontrar um palavrão, uma palavra desconhecida, uma gíria nova, uma expressão que o adulto-leitor na ousa normalmente.
Mas claro que não é apenas no terreno da leitura das palavras que a dificuldade pode surgir... E o conteúdo da história, as relações entre as personagens, as mentiras que ela pode colocar, os preconceitos que pode passar, a fragilidade duma narrativa onde não acontece absolutamente nada??? Por isso, ler o livro antes, bem lido, sentri como nos pega, nos emociona ou nos irrita...Assim, quando chegar o momento de narrar a história, que se passe a emoção verdadeira.
A ensaísta cubana Alga M. Elizagaray diz que : “O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. Tem que conduzir a situação como se fosse um virtuose que sabe seu texto, que o tem memorizado, que pode permitir-se o luxo de fazer variações sobre o tema.”
Claro que se pode contar qualquer história à criança: comprida, curta, de muito antigamente ou dos dias de hoje, contos de fadas, de fantasmas, realistas, lendas, histórias em forma de poesia ou de prosa... Qualquer uma, desde que ela seja bem conhecida do contador.
Como aproveitar o texto:
1. Evitar as descrições imensas e cheias de detalhes;
2. Saber usar as modalidades e possibilidades da voz;
3. Saber começar o momento da contação;
4. Mostrar à criança que o que ouvir está impresso num livro.

Ouvir histórias não é uma questão que se restrinja a ser alfabetizado ou não.. Afinal, os adultos também adoram ouvir uma boa história,passar noites contando causos, horas contando histórias pelo telefone, por querer partilhar com outros algum momento que não tenham vivido juntos.
Antes de começar é bom pedir que se aproximem, que formem uma roda para viverem algo especial. Que cada um encontre um jeito gostoso de ficar: sentado, deitado, não importa como...cada um a seu gosto...E depois, quando todos estiverem acomodados, aí começar “Era uma vez...”
Ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatrar, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo (a mesma história ou outra). Afinal, tudo pode nascer dum texto!
E mesmo as crianças maiores, que já sabem ler, também podem sentir grande prazer no ouvir...Afinal, não ouvem discos, não escutam rádio: “Não devíamos esquecer nunca que o destino da narração de contos é o de ensinar a criança a escutar, a pensar e a ver com os olhos da imaginação. A narração é um antiqüíssimo costume popular que podemos resgatar na noite dos séculos, mas nunca tecnificá-la com elementos estranhos a ela. Usar “slides” ou qualquer outro meio de ilustração e distração é interferir e neutralizar a sua mensagem, que é sempre auditiva e não visual.” (Alga M. Elizagaray)
Ouvir histórias é viver um momento de gostosura, de prazer, de divertimentos dos melhores.. É encantamento, maravilhamento, sedução...O livro da criança que ainda não lê é a história contada. “Quando uma criança escuta, a história que se lhe conta penetra nela simplesmente, como história. Mas existe uma orelha detrás da orelha que conserva a significação do conto e o revela muito mais tarde.” Louis Paswels.
Pré-Leitura – Incentivação
Na escola pode ser feito um trabalho para levar a criança a se interessar pelo tema da leitura através de canções, expressão corporal, dança, observação, contato com a realidade. Como exemplo desta última sugestão, temos que: se a história fala em água, é possível, em sala de aula, conversar sobre a água, sua utilidade. Se a história fala em animais, pode-se fazer um levantamento dos animais que as crianças conhecem...
O professor pode perguntar que livros as crianças já leram e o que acharam. Também poderá ler uma poesia que tenha alguma relação com o tema da história. È possível ainda criar a hora da novidade: embrulhar um objeto que tenha a ver com a história. Deixar que as crianças toquem, apalpem e cheirem. A partir daí, o professor começa a contar a história. Poderá ainda ter uma conversa informal com as crianças. Falar e deixar as crianças falarem tudo o que sabem sobre o personagem da história. Trazem objetos que representam algo da história ou do personagem ou da coisa mesma. Por exemplo: se vou contar a história do gatinho ou do passarinho, trazer um gatinho ou um passarinho etc.
Outros recursos podem ser: uma caixinha de surpresa, a adivinhação e a imaginação para levar a criança, através da capa do livro, a contar uma história. Depois, o professor pergunta: vocês querem conhecer a história que o autor contou?
Outras abordagens vão depender da criatividade e/ou experiência dos participantes.
Postado por Cristina

terça-feira, 9 de junho de 2009

Textos para estudo

O que são os transtornos de matemática?


A aprendizagem da matemática, junto com a leitura e a escrita, constituem os maiores desafios dos alunos nos primeiros anos de escolaridade. Entretanto, freqüentemente, encontramos alunos que apresentam dificuldades durante este caminho. Podemos encontrar, mais eventualmente, alunos que, apesar de seus esforços, não conseguem superar tais dificuldades, apresentando dificuldades persistentes e, que em maior grau, podem caracterizar um transtorno de aprendizagem.

O que são os transtornos de matemática? É um transtorno raro?
É uma dificuldade específica para compreender e aprender matemática. Afeta a capacidade do indivíduo de operar com os números e de calcular de forma rápida e precisa. É um transtorno tão raro quanto à dislexia, as estimativas apontam uma variação entre 5 a 8% da população geral.

Quais são os principais sintomas?
Pais e professores podem estar atentos a uma série de sinais, entretanto, é importante salientar que a presença de alguns destes sintomas não necessariamente determina o diagnóstico, que deverá ser feito por profissionais habilitados.
- Permanece utilizando a estratégia contar todos (por exemplo, em 3 + 5, conta 1,2,3...4,5,6,7,8) em séries mais avançadas (após a 4ª série);
- Dificuldade em armazenar e recuperar fatos básicos, que podem ser da adição, subtração, divisão e multiplicação (tabuada);
- Dificuldade em alinhar os numerais nas contas verticais;
- Dificuldade em entender e lembrar os diferentes procedimentos seqüenciais em cálculos com números multidígitos.
- Dificuldade em entender e utilizar conceitos, fórmulas. O aluno parece entender o problema enquanto o professor está demonstrando, mas quando ele próprio precisa utilizar o conceito, ele fica confuso e a informação não pode ser recuperada.
- Inconstância no desempenho em cálculos aritméticos. Em momentos sabe e em outros não consegue fazer sozinho.
- Dificuldade em realizar um cálculo mental.
- Inicia o cálculo pelo lugar errado.
- Dificuldade com o entendimento do valor posicional.
- Dificuldade em entender símbolos aritméticos.
- Dificuldade em ler números, podendo transpor, por exemplo diz 56 para 65.

É possível determinar prováveis causas?
As causas precisas ainda são desconhecidas, o que tem provocado a discussão acerca da influência de fatores genéticos e/ou ambientais no seu desenvolvimento. Alguns estudos genéticos concluíram que a discalculia, assim como outros Transtornos de Aprendizagem, tem um componente familiar significativo, sugerindo o papel da genética na evolução desse transtorno. O uso de álcool durante a gravidez tem sido apontado como outro possível fator causal. Entretanto, alguns componentes ambientais tem se mostrado relacionados: características dos estudantes (falta de motivação, por exemplo), papel do professor, problemas com a prática instrutiva e com o currículo escolar, contexto no qual a criança aprende e ansiedade à aprendizagem da matemática. Assim, parece que tanto fatores internos do sujeito como ambientais e, sobretudo, como esses fatores interagem entre si, podem justificar a presença da dificuldade.

Quem pode dar este diagnóstico?
O diagnóstico ainda é clínico, ou seja, é avaliado o desempenho matemático do aluno, se esse está acentuadamente abaixo do nível esperado, considerando a idade cronológica e a inteligência medida e é descartada a presença de outros transtornos que podem justificar a dificuldade matemática. Importante comentar que geralmente este diagnóstico só é fechado de forma definitiva após a 3ª série, antes disso podem ser dificuldades evolutivas do processo ensino-aprendizagem.
Como é um diagnóstico baseado na exclusão de outros transtornos, é importante que seja realizado por uma equipe multidisciplinar, composta por:
- psicopedagogo: para avaliar o desempenho matemático;
- psiquiatra/psicólogo: para avaliar condições emocionais;
- neurologista: para avaliar questões neurológicas/orgânicas;
- neuropsicólogo: para avaliar funções cognitivas e potencial de inteligência.

Entretanto, na prática, quando todos esses profissionais não trabalham num centro multidisciplinar, fica complicado os pais recorrerem a tantos profissionais. Uma boa sugestão, quando há suspeita de um transtorno de matemática, é iniciar a avaliação pela psicopedagogia e pela neuropsicologia. Após estabelecido o diagnóstico, o acompanhamento da criança vai depender da severidade e características do transtorno, mas, na maioria das vezes, é realizado pelo psicopedagogo.

Esse transtorno pode ser prevenido?
Até o momento não sabemos como prevenir. As pesquisas já têm apontado a possibilidade de identificação precoce dos transtornos de matemática. Quando essa identificação precoce estiver melhor estabelecida a escola poderá organizar situações de ensino que amenizem o transtorno e as repercussões que ele traz para a vida dos alunos afetados. Se conseguirmos proporcionar ajudas específicas que amenizam ou até mesmo resolvam o problema, talvez possamos prevenir pelo menos nas crianças em situação de risco.

O transtorno de matemática pode vir acompanhado do Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade?
O Transtorno de matemática também está associado a transtornos comportamentais, tais como o TDAH e, novamente, não se sabe se estes alunos apresentam dois transtornos distintos ou se as dificuldades observadas na matemática são causadas pela dificuldade em manter a atenção (e vice-versa). É provável que existam habilidades cognitivas comuns aos dois transtornos e que estas habilidades estejam prejudicadas. Há indicações claras de que a memória de trabalho é uma destas habilidades. Há outros transtornos que também são associados ao transtorno de matemática, como a dislexia, a Síndrome de Turner e de Williams.

Quais as conseqüências futuras para alunos diagnosticados com transtorno de matemática na infância?
Para essas pessoas o conjunto de situações cotidianas nas quais estão envolvidas tarefas matemáticas torna-se difícil, situações como o uso do dinheiro, realização de estimativas de tempo, proporcionalidade etc...Assim, muitos adultos com transtorno de matemática aprendem a compensar suas fraquezas com o número, por exemplo, usando a calculadora ou até mesmo evitando situações como as mencionadas anteriormente.

O que o professor pode fazer para auxiliar tais alunos?
Há varias adaptações que podem ser feitas para amenizar o sofrimento destes alunos nas aulas de matemática, como por exemplo:
- Proporcionar maior uso de recursos de apoio (dedos, material concreto, traços)
- Disponibilizar tempo extra para resolver exercícios e até mesmo testes.
- Permitir o uso da calculadora.
- Durante cálculos que necessitam de tabuada, deixar que olhem a tabuada.
- Desmembrar tarefas matemáticas complexas em pequenos passos, que permitam a resolução em etapas.
- Dispensar atendimento individualizado que permita observar todo o processo de construção dos conteúdos.

Entendemos que a identificação precoce de alunos com transtorno de matemática é extremamente importante, pois só assim poderemos planejar situações de ensino e intervenções adequadas e mais eficientes, minimizando o impacto na vida acadêmica e social de tais crianças.


FONTE: http://www.plenamente.com

domingo, 7 de junho de 2009

Textos para estudo

SUGESTÕES PARA TRABALHAR COM TEXTOS
1.Texto em tiras
a) Selecione um texto curto e escreva-o em tiras de papel pardo -aquele bem barato que se compra em metros. Cada frase ou parte do texto deverá estar escrito em uma tira.
b) Divida a turma em grupos.
c) Distribua uma ou mais tiras para cada elemento do grupo -de forma desordenada- e peça para que o grupo o reconstrua no chão, de preferência no corredor ou pátio da escola. Essa atividade é sócio-interativa e promove a participação de todos na reorganização do texto. Também é uma forma de tirá-los das cadeiras e mudar o ambiente de aprendizagem.
2. Horóscopo
Quem não gosta de dar uma espiadinha no seu horóscopo de vez em quando, que atire a primeira pedra.
a) Selecione do jornal os horóscopos de todos os signos. Pode ser um da semana passada, ninguém vai perceber.
b) Pegue o corretivo e, aleatoriamente, dê umas pinceladas nele. Cuide para que haja um apagamento em cada signo.
c) Tire o xerox e dê para cada dupla recompor os textos que foram apagados. Poderá, antes, fazer um aquecimento, perguntando quem acredita em horóscopo, quando costuma lê-lo, se alguma vez já deu certo a previsão feita pelo horoscopista...
3. Anedotas
Selecione algumas piadas de salão e, em duas colunas, divida as piadas ao meio: o início da piada na primeira coluna e na outra - de forma desencontrada- o final das piadas. Os alunos deverão ler e combinar os textos humorísticos.
Sugestão: Convide os alunos a formarem duplas e encenarem as piadas para a turma.
4. Tiras em Quadrinhos
a)Recorte algumas tiras de histórias em quadrinhos.
b) Cole-as em uma folha com as partes desencontradas.
c) Os alunos deverão lê-las e reorganizá-las de forma apropriada.
5. Outra com tiras
a) Recorte novas tiras de histórias em quadrinhos e cole em uma folha, porém na ordem certa.
b) Com o corretivo, apague as falas.
c) Peça que os alunos completem da melhor maneira possível de forma que a história tenha coerência. Esse trabalho poderá ser feito em duplas.
6. Ache a foto da notícia
a) Recorte várias notícias com fotos do jornal. Elimine as legendas.
b) Separe as fotos das notícias.
c) Desafie o grupo a encontrar o par (notícia + foto).
7. A Notícia Completa
a) Recorte várias notícias de jornal que tenham as quatro partes fundamentais: título/manchete, lead, corpo, e foto com legenda.
b)Desmembre as notícias, recortando as partes de cada uma.
c) Embaralhe tudinho e peça ao grupo para reorganizá-las novamente.
8.Texto Quebra-cabeças
a) Recorte alguns textos (tantos quantos forem os grupos com os quais você irá trabalhar). Os textos poderão ser coloridos para motivá-los.
b)Faça marcações de forma desorganizada nos textos (tal qual nos quebra-cabeças) e recorte-os.
c) Ofereça-os aos grupos para que os montem novamente. Você poderá ter em mãos algumas perguntas de interpretação para que o grupo responda, dando conta do entendimento da leitura que fizeram. Também poderá ser feita em forma de gincana: o grupo que primeiro responder corretamente a todas as perguntas será o vencedor.
9. Charges
Ler charges de jornal é uma forma divertida de se manter atualizado.
a)Recorte as charges que encontrar pelos jornais.
b) Distribua-as para os grupos e peça para fazerem a leitura do momento, discutindo o acontecimento que está sendo abordado, além de tentar identificar as pessoas que estão sendo focalizadas.
c) Troque com os outros grupos de forma que todos possam fazer as várias leituras.
d) Compare as diferenças que forem surgindo.
10.Lendo figuras
a) Selecione figuras - pode ser de jornal também- que apresentem uma situação passível de se criar um enredo. Explique que uma boa história deve, necessariamente, ter um conflito, senão não é uma história.
b) Peça para que cada um faça a sua leitura do texto extra-verbal silenciosamente.
c) Solicite que, nesse segundo momento, contem para o colega do lado que leitura fizeram e como resolveram o conflito que imaginaram para aquela figura . É importante que cada um fale; não ligue se gerar tumulto na aula, já que isso "faz parte", como diria o Ban-ban
Postado por Criando e Copiando Sempre

Leituras

Eu não quero ser Pinóquio
Jorge Linhaça

Eu nasci de carne e osso
com sonhos e fantasias
mas o mundo é guloso
e anda sempre sequioso
de juntar-me às maiorias

Na escola o a-be-cê
já vem no confinamento.
Só é burro quem não lê?
Ora, mas veja você,
criam cabeças de vento.

Mas nem se pode culpar
a figura do professor
É tanto papel pra entregar
tanta coisa a o massacrar
que interfere no labor

Entram na escola meninos
saem bonecos de pau
dia a dia assistimos
(e nos erros persistimos)
a esse triste final.

Massificar não ensina,
nem matar as fantasias.
Entre Pinóquio e Emilia
prefiro as estripulias
da boneca maluquinha.

Recuso-me a ser boneco
eu quero mais é ser gente.
Há que ache que está certo
sufocar o intelecto
na criança tão latente

Amarram os professores
na mesmice eternizada
são como os velhos feitores
a gritar seus dissabores
impedindo a alvorada.

Quem é boneco de pau
sufoca toda esperança
O novo parece-lhe mau
um pecado capital
é avesso às mudanças

Tantos pinóchios gerados,
bonecos privados dos sonhos,
no poder entronizados
pelo mundo espalhados
a achar-se o summum bonum
A criança que não sonha
privada das fantasias
é criação tão bisonha
que já não há quem a ponha
a ser pensante um dia.

Eu quero ser Peter Pan.
Deus me livre de crescer!
Quero acordar de manhã
co'a poesia minha irmã,
sonhar enquanto viver.

*****
favor enviar comentários diretamente para o autor
anjo.loyro@gmail.com

Textos para estudo

Técnicas de contação de histórias
*Para chamar a atenção das crianças para o começo da história podemos utilizar no corpo acessórios simples como um laço de fita na cabeça, uma maquiagem mais exótica, um chapéu de couro ou palha ou um laço no pescoço. Também podemos trazer nas mãos um fantoche, um objeto “misterioso” ( sua importância será desvendado no decorrer da história) ou se você for habilidosa(o) poderá confeccionar o personagem principal em espuma, madeira ou desenhá-lo num simples cartaz.

Um exemplo prático: Para iniciar na sala de aula a história MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA de Ana Maria Machado podemos trazer jabuticabas para sala de aula e oferecer às crianças... enquanto experimentam a fruta você pode introduzir a história dizendo que você conhece uma história em que um coelho apaixonado tentou comer muitas jabuticabas para ficar pretinho como a menina que ele tanto admirava... É sempre bom informar às mamães no dia anterior que traremos jabuticabas para as crianças pedindo autorização para experimentarem. “Antes prevenir que remediar”.
Use a imaginação ao utilizar os recursos escolhidos.

A contação de histórias e sua importância

Contar histórias é ajudar a criança a criar asas e voar através da fantasia, a despertar a sua criatividade vislumbrando a vida de várias maneiras. Através das histórias é fácil a criança perceber que outros vivem o situações parecidas com a dela e desta forma ela se sente mais segura para falar sobre suas vivências.
Os sentimentos que são vividos pelos personagens no decorrer das histórias são absorvidos pela criança como algo bom ou ruim e assim vão surgindo questionamentos sobre aquilo que ela sente e muitas vezes não consegue externar, como a raiva, a inveja ou o ciúme.
Mostrar que existem outras culturas e que o seu modo de viver não é único, é algo que pode ser feito através da contação das histórias. Desta forma, a criança adquirire conhecimentos que “fora do contexto das histórias” se tornaria uma aula enfadonha.
As histórias despertam o prazer pela leitura, pois a criança passa a buscar nos livros um caminho para encontrar outras aventuras como aquelas que a encantou.
Valores como o perdão, a bondade, a compaixão e a honestidade são explorados no decorrer das histórias, auxiliando a consolidação de valores importantes na vida dos pequenos leitores.



FONTE: Denise poetisa

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Textos para estudo

Redação de Sucesso - Os Dez Mandamentos

1) Pense no que você quer dizer e diga da forma mais simples. Procure ser direto (conciso) na construção das sentenças.

2) Use a voz ativa, evite a passiva. Evite termos estrangeiros e jargões.

3) Evite o uso excessivo de advérbios. Tome cuidado com a gramática.

4) Tente fazer com que os diálogos escritos (em caso de narração) pareçam uma conversa. O uso do gerúndio empobrece o texto. Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro...

5) Evite o uso excessivo do "que". Essa armadilha produz períodos longos. Prefira frases curtas.Exemplo: O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo. Adjetivos que não informam também são dispensáveis. Por exemplo: luxuosa mansão (Toda mansão é luxuosa!).

6) Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas. Exemplos: "fazer das tripas coração", "encerrar com chave de ouro", “silêncio mortal", "calorosos aplausos".

7) Verbo "fazer", no sentido de tempo, não é usado no plural. É errado escrever: "Fazem alguns anos que não viajo". O certo é “Faz alguns anos que não viajo”.

8) Cuidado com redundâncias. É errado escrever, por exemplo: "Há cinco anos atrás". Corte o "há" ou dispense o "atrás". A forma correta é “Há cinco anos...”

9) A leitura intensiva facilita o uso da vírgula corretamente. Leia muito, leia sempre!

10) Nas citações: use aspas, coloque vírgula e um verbo seguido do nome de quem disse ou escreveu o que está sendo citado. Exemplo: “O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer.”, disse Samuel Johnson.
Avaliação da Redação - Os Cinco Pecados Capitais

Veja os equívocos apontados por organizadores de concursos e vestibulares como os mais cometidos pelos candidatos.

1) Ordenação das ideias
A falta de ordenação é um erro comum e indica, segundo os organizadores de vestibulares, que o candidato não tem o hábito de escrever. O texto fica sem encadeamento e, às vezes, incompreensível, partindo de uma ideia para outra sem critério, sem ligação.

2) Coerência e coesão
Em muitas redações, fica patente a falta de coerência: o candidato apresenta um argumento para contradizê-lo mais adiante. Já a redundância denuncia outro erro bastante comum: falta de coesão. O candidado fica dando voltas num assunto, sem acrescentar dado novo. É típico de quem não tem informação suficiente para compor o texto.

3) Inadequação
A inadequação é um tipo de erro capaz de aparecer inclusive em redações corretas na gramática e ortografia e coerentes na estrutura. Nesse caso, os candidatos costumam fugir ao tema proposto, escolhendo outro argumento, com o qual tenham maior afinidade. O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação.

4) Estrutura dos parágrafos
Muitos dos candidatos têm demonstrado dificuldade em separar o texto em parágrafos. Sem a definição de uma ideia em cada parágrafo, a redação fica mal-estruturada. Um erro muito comum, nesse caso, é cortar a ideia em um parágrafo para concluí-la no seguinte. Ou, então, deixar o pensamento sem conclusão.

5) Estrutura das frases
Erros de concordância nos tempos verbais, fragmentação da frase, separando sujeito de predicado, utilização incorreta de verbos no gerúndio e particípio são algumas das falhas mais comuns nas redações. Esses erros comprometem a estrutura das frases e prejudicam a compreensão do texto.