domingo, 7 de junho de 2009

Leituras

Eu não quero ser Pinóquio
Jorge Linhaça

Eu nasci de carne e osso
com sonhos e fantasias
mas o mundo é guloso
e anda sempre sequioso
de juntar-me às maiorias

Na escola o a-be-cê
já vem no confinamento.
Só é burro quem não lê?
Ora, mas veja você,
criam cabeças de vento.

Mas nem se pode culpar
a figura do professor
É tanto papel pra entregar
tanta coisa a o massacrar
que interfere no labor

Entram na escola meninos
saem bonecos de pau
dia a dia assistimos
(e nos erros persistimos)
a esse triste final.

Massificar não ensina,
nem matar as fantasias.
Entre Pinóquio e Emilia
prefiro as estripulias
da boneca maluquinha.

Recuso-me a ser boneco
eu quero mais é ser gente.
Há que ache que está certo
sufocar o intelecto
na criança tão latente

Amarram os professores
na mesmice eternizada
são como os velhos feitores
a gritar seus dissabores
impedindo a alvorada.

Quem é boneco de pau
sufoca toda esperança
O novo parece-lhe mau
um pecado capital
é avesso às mudanças

Tantos pinóchios gerados,
bonecos privados dos sonhos,
no poder entronizados
pelo mundo espalhados
a achar-se o summum bonum
A criança que não sonha
privada das fantasias
é criação tão bisonha
que já não há quem a ponha
a ser pensante um dia.

Eu quero ser Peter Pan.
Deus me livre de crescer!
Quero acordar de manhã
co'a poesia minha irmã,
sonhar enquanto viver.

*****
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anjo.loyro@gmail.com

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